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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Não Recebi os Dons do Espírito Santo

Em oração pedi os dons de sabedoria e fé. A Bíblia fala que: “E tudo quanto pedires em meu nome, eu o farei para que o Pai seja glorificado no Filho” (João 14:13). “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (João 14:14). “E tudo o que pedirdes em oração crendo, o recebereis” (Mateus 21:22). Eu não recebi os dons, isto que dizer que não tenho fé? Embora meu desejo seja enorme, não basta querer?

            É necessário querer, mas também é preciso buscar e praticar o dom desejado. Por exemplo, caso você deseje o dom da música, deverá buscar e praticar a música para que então o Espírito Santo possa conceder a você o dom da música. Caso queira o dom de ensinar, você deverá buscar e praticar o ensino, para que então o Espírito Santo possa conceder a você o dom do ensino. A promessa de Deus é: “Buscar-Me-eis e Me achareis quando Me buscardes de todo o vosso coração”. (Jeremias 29:13).
            1. “Sois convidados a vir, pedir, buscar, bater; e é-vos dada a certeza de que não o fareis em vão. Jesus diz: ‘Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre’. Mateus 7:7-8”. (Conselhos a Professores, Pais e Estudantes, 242).
            Você diz que orou pedindo os dons da sabedoria e da fé, mas que nada recebeu. Bem, as respostas às orações são condicionais e dependem da atitude do crente perante Deus.
            2. “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido agravado, para não poder ouvir.     Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus: e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”. (Isaías 59:1-2).
            3. “Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá”. (Salmo 66:18).
            4. “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável”. (Provérbios 28:9).
            5. “E esta é a confiança que temos nele, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve”. (I João 5:14).
            6. “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”. (João 15:7).
            7. “Aqueles que não estiverem dispostos a abandonar todo o pecado e buscar fervorosamente a bênção de Deus, não a obterão. Mas todos os que lançarem mão das promessas de Deus, como fez Jacó, e forem tão fervorosos e perseverantes como ele o foi, serão bem-sucedidos como ele”. (Patriarcas e Profetas, 203).
            Os dons são concedidos para um propósito sagrado visando o benefício do cristão e do povo de Deus. Porém, para algumas pessoas, Tiago tem a seguinte mensagem: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tiago 4:3).
            No meu modo de ver, você já está recebendo sabedoria do alto. Sua decisão de abraçar a verdade com a intenção de se batizar é uma forte evidência de que sua fé está em operação. Além disso, suas perguntas refletem uma profunda inteligência e sabedoria, que poucas pessoas possuem. Como você ainda pode dizer que não recebeu nenhum dom espiritual?


Não Consigo os Dons do Espírito

Os dons que sempre pedi a Deus não são os dons de cantar ou de pregar, embora eu os deseje muito, mas pedi os dons de sabedoria e fé; todavia, eu não consigo nenhum. Por quê?

            A Bíblia é clara, claríssima em dizer que Deus concede sabedoria a todo aquele que a pede com fé: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa”. (Tiago 1:5-7).
            A fé é uma das condições fundamentais para se receber qualquer coisa da parte do Senhor: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe: porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”. (Hebreus 11:6).
            A Bíblia Sagrada define a fé como sendo “o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreus 11:1). Podemos obter o dom da fé procedendo da seguinte maneira: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. (Romanos 10:17). Portanto, caso você realmente deseje obter o dom da fé deverá primeiramente ouvir o que a Palavra de Deus tem a dizer. Sem o conhecimento da Palavra de Deus a fé não pode ser implantada no coração humano, simplesmente porque você não teria o que crer.
            As Escrituras Sagradas ensinam claramente que existem duas espécies de fé: “a fé viva” e a “fé morta”. A fé viva é aquela acompanhada de obras, enquanto que a fé morta não possui as obras correspondentes ao conhecimento da verdade. A fé viva envolve razão, emoção e crença, mas a fé morta não passa de um simples assentimento intelectual das verdades bíblicas, sem envolvimento de emoção, de crença ou de real interesse pela verdade. Observe o que diz a Palavra de Deus sobre a fé:
            1. “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”. (Tiago 2:17).
            2. “Mas dirá alguém: Tu tens a fé e eu tenho as obras: mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. (Tiago 2:18).
            3. “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?” (Tiago 2:20).
            4. “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta”. (Tiago 2:26).
            Você pode até mesmo pensar que não possui ou não conseguiu o dom da sabedoria ou da fé. Mas a verdade eles estão presentes em você. O que você precisa fazer é empregar o dom que possui em benefício das outras pessoas para que o dom possa crescer e se desenvolver cada vez mais.


Não Mereço os Dons do Espírito Santo

Por que às vezes eu peço um dom para Deus e não consigo obter? Eu não o mereço?

            É claro que você merece receber algum dom do Espírito Santo, como qualquer outro cristão envolvido na obra de edificação da Igreja do Senhor. Mas a pergunta que deve ser feita para si mesma é a seguinte: “Para que propósito desejo receber o dom do Espírito Santo?” ”Estou preenchendo os requisitos necessários para receber o dom do Espírito Santo?”
            Os dons do Espírito Santo são concedidos em benefício do crescimento espiritual da Igreja, e mesmo assim, de acordo com as suas necessidades: “Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja”. (I Coríntios 14:12).
            Os dons do Espírito Santo não são concedidos, simplesmente, pela vontade ou desejo individual das pessoas. As Escrituras Sagradas ensinam claramente que a concessão dos dons espirituais está no querer do Espírito Santo, e não no querer dos homens. “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”. (I Coríntios 12:11).
            Além disso, o dom é concedido para aquilo que for útil na edificação da Igreja. Caso o dom não seja útil ou necessário na obra de Deus, ele não será concedido: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil”. (I Coríntios 12:7).
            O crente em Cristo somente receberá algum dom do Espírito Santo quando estiver cumprindo alguns dos requisitos bíblicos fundamentais à vida plena do cristão. Esses requisitos são sete: primeiro, aceitar a Jesus Cristo como Salvador pessoal e Senhor de sua vida; segundo, comprometer-se com o santo batismo; terceiro, unir-se à Igreja; quarto, frequentar assiduamente os cultos divinos; quinto, conhecer a Palavra de Deus; sexto, viver na luz da Palavra de Deus; sétimo, abraçar alguma espécie de trabalho na Seara do Senhor.
            Caso você esteja cumprindo todos esses requisitos, então com certeza absoluta você possui pelo menos um dos dons do Espírito Santo.


Profecias Sobre Evangélicos

Ellen White profetizou alguma coisa sobre o movimento evangélico ou pentecostal?

            Em sua longa carreira cristã, Ellen Gold White previu o surgimento do movimento pentecostal. A seguir observe algumas de suas profecias sobre o assunto:
            1. “A maneira em que Cristo operava era pregar a Palavra e aliviar o sofrimento por meio de operações miraculosas de cura. Foi-me dito, entretanto, que não podemos agora trabalhar dessa maneira; pois Satanás exercerá o seu poder de operar milagres. Os servos de Deus não podem hoje trabalhar por meio de milagres, pois operações espúrias de cura, dizendo-se divinas, serão realizadas”. (Medicina e Salvação, 14).
            2. “Está próximo o tempo em que os poderes enganadores de instrumentos satânicos serão amplamente desenvolvidos. De um lado está Cristo, a quem foi dado todo o poder no Céu e na Terra. Do outro está Satanás, exercendo continuamente seu poder para iludir, para iludir com fortes enganos espiritualistas, para remover o povo de Deus do lugar que deve ocupar na mente dos homens”. (Cristo em Seu Santuário, 14).
            3. “A Palavra de Deus declara que Satanás operará milagres. Fará com que as pessoas fiquem doentes, e depois, de repente removerá delas seu poder satânico. Serão consideradas então como curadas. Essas obras de cura aparente levarão os adventistas do sétimo dia à prova”. (II Mensagens Escolhidas, 53).
            4. “O inimigo das almas deseja atrapalhar esta obra, e antes que chegue o tempo para tal movimento, esforçar-se-á para impedi-la, introduzindo uma contrafação. Nas igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; se manifestará o que será considerado como grande interesse religioso. Multidões exultarão de que Deus esteja operando maravilhosamente por elas, quando a obra é de outro espírito. Sob o disfarce religioso, Satanás procurará estender sua influência sobre o mundo cristão”. (Reavivamento e seus Resultados, 10).
            5. “Alguns serão tentados a aceitar essas maravilhas como sendo de Deus. Enfermos serão curados à nossa vista. Milagres se efetuarão aos nossos olhos. Estamos nós apercebidos para a prova que nos aguarda quando as mentirosas maravilhas de Satanás forem mais amplamente exibidas? Não serão muitas pessoas enredadas e arrebatadas? Separando-se dos positivos preceitos e mandamentos de Deus, e dando ouvido às fábulas, o espírito de muitos se está preparando para receber esses milagres de mentira”. (I Testemunhos Seletos, 100).
            6. “Estamos próximos do grande e último conflito. Cada movimento de avanço feito agora, precisa ser realizado com esforço crescente, porque Satanás está operando com todo o poder, a fim de aumentar as dificuldades em nosso caminho. Ele opera com todo o engano da injustiça, para prender a alma dos homens”. (Carta 38, 1908).
            7. “Eles declaravam que possuíam a verdade, que havia milagres entre eles, que anjos do Céu falavam e andavam com eles, que eram exercidos no meio deles grande poder, sinais e prodígios, e que isso constituía o milênio temporal que haviam aguardado por muito tempo”. (II Mensagens Escolhidas, 55). 
            8. “O povo de Deus não encontrará sua segurança na operação de milagres, pois Satanás havia de falsificar qualquer milagre que fosse feito”. (II Mensagens Escolhidas, 55).
            Diante das profecias anunciando o surgimento e desenvolvimento do movimento evangélico pentecostal, as quais estão se cumprindo literalmente diante dos nossos olhos, somos levados a confiar cada vez mais na veracidade das mensagens anunciadas no Espírito de Profecia. O cumprimento dessas profecias oferece a certeza absoluta de que as demais profecias anunciadas no Espírito de Profecia terão seu pleno cumprimento no devido tempo.

Insuficiência da Sinceridade

Caso uma pessoa resolva visitar uma igreja para buscar a Deus, e naquele local ela faz as suas orações com sinceridade de coração. Essa sinceridade é suficiente para Deus?

            Com relação à “sinceridade” na religião, é necessário levamos em consideração alguns fatores esclarecedores. “Ninguém se entregue à ilusão, tão agradável ao coração humano, de que Deus aceitará a sinceridade, não importa qual seja a fé, não importa quão imperfeita seja a vida”. (I Mensagens Escolhidas, 374).
            A sinceridade é necessária e fundamental na vida do fiel cristão, mas ela não é toda suficiente para livrá-lo dos erros e equívocos. Por mais sincera que seja uma pessoa, ela pode estar totalmente equivocada. Sou sincero ao responder às questões de uma prova na qual tenho enorme interesse em ser aprovado, mas minha sinceridade não é suficiente para me livrar das consequências de responder errado. “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Provérbios 14:12).
            Um espírita vai ao centro e faz suas orações com sinceridade de coração. O médium pode com toda a sua sinceridade dar passes, curar, ou fazer qualquer outra coisa em benefício do próximo. Mas isto não quer dizer que se trata das benções divinas ou de que Deus está presente naquele local apoiando aquelas práticas condenadas pelas Escrituras Sagradas.
            Um católico pode venerar as relíquias ou as imagens dos santos com toda a sinceridade do seu coração. Porém, por mais honesta que seja a sua sinceridade, isto não transformará as relíquias ou a imagens em algo verdadeiro ou aprovado por Deus.
            “Por algum tempo Paulo fez uma obra muito cruel, julgando estar prestando serviço a Deus, pois diz ele: ‘Porque o fiz ignorantemente, na incredulidade.’ I Tim. 1:13. Sua sinceridade, porém, não lhe justificou a obra, nem fez do erro, verdade”. (I Mensagens Escolhidas, 346).
            “Mas a sinceridade não transforma o erro em verdade. Uma pessoa pode ingerir veneno, pensando que é alimento; mas a sua sinceridade não a livrará dos efeitos dessa dose”. (Fé e Obras, 33).
            “A sinceridade nunca salvará a alma das consequências de crer num erro. Sem sinceridade não há genuína religião, mas a sinceridade numa religião falsa jamais salvará o homem. Posso ser perfeitamente sincera em seguir um caminho errado, mas isto não torna o caminho certo, nem me levará ao lugar a que eu desejava chegar. O Senhor não quer que tenhamos cega credulidade, e chamemos isto fé que santifica”. (Carta 12, 1890).
            Costumo dizer que a sinceridade do cristão deve estar comprometida com as eternas verdades reveladas na Palavra de Deus, e não comprometida com as pessoas, autoridades eclesiásticas ou com alguma denominação religiosa. O que está em jogo é a nossa salvação!
            Bem, creio ter respondido a sua pergunta com relação à sinceridade da pessoa numa igreja ou numa religião.

Falsos Profetas

Os que se passam por “profetas”, dizem falar em nome de Deus: Que Deus mandou te dizer isso, mandou dizer aquilo etc. Deus não precisa de intérprete! Algumas coisas se concretizam tal qual profetizaram, outras nunca acontecem. O que realmente ocorre?

            Cristo profetizou que nos últimos tempos “surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos” (Mateus 24:11). O Senhor nos advertiu contra os falsos profetas com as seguintes palavras: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. (Mateus 7:15).
            Os falsos profetas que surgiram nestes últimos dias não se limitam apenas em pregar ou ensinar suas falas doutrinas. Eles procuram convencer os seus ouvintes enganando-os com a realização de grandes milagres. Eis o que Jesus Cristo disse a respeito deles: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. (Mateus 24:24). Portanto, a realização de milagres não são provas de que o profeta é verdadeiro ou que os milagres que realizam vêm de Deus.
            As Escrituras Sagradas revelam claramente que os milagres manifestados pelos falsos profetas são produzidos por Satanás: “Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios”. (Apocalipse 16:14). “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz”. (II Coríntios 11:14). Logo, visando os desconhecedores da Palavra de Deus, até mesmo o diabo realiza milagres, que nada mais são do que fenômenos sobrenaturais, isto é, fenômenos que não têm explicações pelas leis da natureza.
            Os falsos profetas falam em nome de Deus porque estão sendo enganados por Satanás. Eles pensam que a obra que realizam é de Deus, quando na realidade é obra dos demônios. Veja o que a Bíblia Sagrada tem a dizer sobre as características dos falsos profetas:
            1. “E disse-me o Senhor: Os profetas profetizam falsamente em meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei: visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam”. (Jeremias 14:14).
            2. “Não mandei os profetas, e todavia eles foram correndo: não lhes falei a eles, e todavia eles profetizaram”. (Jeremias 23:21).
            3. “Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei”. (Jeremias 23:25).
            4. “Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades: pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e não trouxeram proveito nenhum a este povo, diz o Senhor”. (Jeremias 23:32).
            5. “Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos profetas loucos que seguem o seu próprio espírito e cousas que não viram!”. (Ezequiel 13:3).
            6. “Vêem vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: o Senhor disse; quando o Senhor os não enviou; e fazem que se esperem o cumprimento da palavra”. (Ezequiel 13:6).
            7. “Portanto assim diz o Senhor Jeová: Como falais vaidade, e vedes a mentira, portanto eis que eu sou contra vós, diz o Senhor Jeová”. (Ezequiel 13:8).
            8. “Porque eles vos profetizam falsamente em meu nome: não os enviei, diz o Senhor”. (Jeremias 29:9).
            9. “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; ensinam-vos vaidades: falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor”. (Jeremias 23:16).
            Algumas das profecias previstas pelos falsos profetas podem até mesmo vir a se concretizar. Isto ocorre porque os falsos profetas estão vaticinando sob o poder dos espíritos de demônios. Mas, como criaturas que são, os demônios não são oniscientes. Eles não possuem qualquer poder para prever o futuro.
            Então como explicar o fato de que algumas profecias anunciadas pelos falsos profetas se cumprem? A resposta é muito simples, os demônios, conhecendo a marcha dos acontecimentos da história humana, podem projetar o que provavelmente vai ocorrer num futuro próximo. Do mesmo modo como você poderia projetar o que vai acontecer amanhã em sua residência. Além disso, Satanás pode causar ou fazer acontecer os fatos que ele mesmo anunciou como sendo profecia. Por exemplo, Satanás poderia anunciar que determinada pessoa vai sofrer um acidente, então ele mesmo provocaria o acidente para simular o cumprimento de suas supostas profecias.


Igrejas e Demônios

Na igreja um pastor falando em línguas estranhas impõe as suas mãos sobre as pessoas, e elas caem no chão. Esse pastor está endemoniado? As pessoas que caíram ao chão estão endemoniadas? Isto ocorreu comigo enquanto eu orava a Deus em sinceridade de coração, e não ao inimigo, mas mesmo assim, por mais que eu me esforçasse, não consegui manter-me em pé. Eu estava endemoniada?

            O movimento pentecostal surgiu oficialmente em 1905. Esse movimento herdou muitas de suas doutrinas da Igreja Metodista. Mas suas práticas distintivas são uma forma de espiritualismo disfarçado em cristianismo, o qual não passa de um grosso arremedo dos verdadeiros dons do Espírito Santo. Como diz as Escrituras Sagradas, essa Igreja “se tornou morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave imunda e aborrecível”. (Apocalipse 18:2).
            A respeito do assunto, Jesus disse o seguinte: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”. (Mateus 7:22-23).
            “Homens, sob a influência de espíritos maus operarão milagres. Eles farão as pessoas ficarem doentes mediante lançarem sobre elas encantamentos, removendo-os depois de repente, levando outros a dizerem que a pessoa doente foi miraculosamente curada”. (II Mensagens Escolhidas, 53).
            Não creio que você estivesse endemoniada (possuída pelo demônio). Mas posso dizer com toda certeza, que você não caiu no chão através do poder de Deus. O que sei é que Satanás lançou um encantamento sobre todos os que estavam naquela igreja, razão pela qual não puderam resistir e susterem-se em pé.
            Você pode até mesmo ter orado com toda sinceridade de coração, mas a partir do momento em que você se expôs em território inimigo você ficou totalmente sujeita ao poder do maligno. “Os anjos de Deus guardarão Seu povo enquanto andarem no caminho do dever; mas não há nenhuma segurança dessa proteção para os que deliberadamente se aventuram no terreno de Satanás”. (Review and Herald, 27 de junho de 1882).
            “Satanás está sempre alerta para enganar e desencaminhar. Ele usa todo encantamento para atrair os homens para a larga estrada da desobediência. Ele está empenhado em confundir os sentidos com sentimentos errôneos e remover os marcos divisórios, colocando sua falsa inscrição nos marcos que Deus estabeleceu para assinalar o caminho certo”. (I Mente, Caráter e Personalidade, 31)
            Deus tem pessoas sinceras e fiéis em todas essas igrejas, mas que, infelizmente, estão sendo enganadas e mantidas presas nos encantamentos de Satanás. Para essas pessoas, Deus tem a seguinte mensagem: “Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas”. (Apocalipse 18:4). Se você realmente é sincera à verdade e a Deus, então atenda ao chamado divino: “Sai dela”.


Falta de Entendimento de Línguas

Os evangélicos usam muito do dom de línguas estranhas para profetizar a vida particular das pessoas. Se isso vem de Deus, por que ninguém entende nada?

            Sabemos que “o homem que toma a operação de milagres como a prova de sua fé, verificará que Satanás pode, por meio de uma variedade de enganos, efetuar prodígios que parecerão genuínos milagres”. (II Mensagens Escolhidas, 52). “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. (Mateus 24:24).
            “Algumas dessas pessoas têm formas de culto a que chamam dons, e dizem que o Senhor os pôs na igreja. Tem uma algaravia sem sentido a que chamam língua desconhecida, desconhecida não só ao homem, mas ao Senhor e a todo o Céu. Tais dons são manufaturados por homens e mulheres ajudados pelo grande enganador. O fanatismo, a falsa excitação, o falso falar línguas e os cultos ruidosos, têm sido considerados dons postos na igreja por Deus. Alguns têm iludidos a esse respeito. Os frutos de tudo isto não têm sido bons. ‘Pelos seus frutos os conhecereis’”. (Maranata! Meditação Matinal, 152).
            O dom de língua manifestado entre os pentecostais e carismáticos (católicos pentecostalizados) não passa de uma satânica falsificação do verdadeiro dom de língua concedido pelo Espírito Santo. “Apresentei meu testemunho, declarando que esses movimentos fanáticos, essa algazarra e ruído, eram inspirados pelo espírito de Satanás, que operava milagres para enganar se possível os próprios eleitos”. (Carta 132, 1900).
            Foi comprovado por especialistas linguistas que o dom de língua dos pentecostais consiste em meia dúzia de palavras desconexas, sem significado ou conteúdo axiológico, razão pela qual ninguém entende nada. Na verdade, essa língua não é somente desconhecida pelos homens, mas também desconhecida por Deus.
            Também foi demonstrado cientificamente, com equipamentos especiais que registram a atividade do cérebro, que as pessoas que falam em línguas estranhas entram num estado de transe, tanto quanto um médium que incorpora um espírito. Também foi constatado que o cérebro de pessoas endemoninhadas apresenta as mesmas atividades do cérebro da pessoa que fala em língua estranha.
            Aqueles que, alguma vez em sua vida, abriram a sua mente para permitir que espíritos se manifestassem pelo falar línguas estranhas, perderam o seu livre arbítrio e passaram à condição de escravos de Satanás. Essas pessoas ficam amarradas no encantamento lançado pelo Diabo e dificilmente escaparão de suas garras.
            Além disso, a mistificação evangélica do dom de língua não obedece a nenhum dos critérios bíblicos. As Escrituras Sagradas ordenam que a língua deve ser falada no máximo por três pessoas e, mesmo assim, sob a condição imprescindível de que haja intérprete: “E se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus”. (I Coríntios 14:27-28). Porém, não é isso que ocorre no mundo evangélico, onde todos falam ao mesmo tempo uma língua misteriosa sem que haja qualquer pessoa para interpretar aos demais ouvintes a estranha língua.
            Essa forma de manifestação não edifica a igreja e surge como resultado da excitação nervosa provocada pelas manifestações dos “espíritos de demônios” (Apocalipse 16:14), que estão vivendo nessas igrejas, posto que se tornaram “morada de demônios” (Apocalipse 18:2), e que acompanham os falsos pastores.
            O dom de língua genuíno concedido pelo Espírito Santo consiste em falar em línguas estrangeiras existentes e conhecidas pelas nações do mundo. Pelo menos foi isso que Jesus ensinou: “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas” (Mateus 16:7). O verdadeiro dom de língua é concedido para a edificação e crescimento da Igreja em sua obra evangelística entre as nações estrangeiras. Mas, mesmo assim, ele é concedido quando for necessário.

Verdadeiro Dom de Línguas

O que significa o dom de línguas estranhas na Bíblia? Como funciona?

            Com relação à expressão “línguas estranhas” registrada em I Coríntios 14:2, 4-6, nota-se que a palavra “estranha” está grifada em itálico para mostrar ao leitor que tal palavra não existe no texto original. Porém, foi colocada pelo tradutor para dar sentido ao texto bíblico traduzido.
            Observe em I Coríntios 14:19 o verdadeiro significado da equivocada expressão “língua estranha”, que foi acrescentada gratuitamente na Bíblia Sagrada pelo tradutor João Ferreira de Almeida: “língua desconhecida”.
            A tradução “língua desconhecida” está correta, conforme atesta o texto original. No lugar da expressão “língua estranha” o tradutor deveria ter colocado o texto bíblico: “língua desconhecida”.
            Em I Coríntios 12:10 e 28 Paulo emprega a expressão “variedade de línguas”, para mostrar que o dom de língua refere-se a outros idiomas, e não um tipo de língua constituída por meia dúzia de palavras desconexas e extáticas que os evangélicos e católicos carismáticos empregam como se fosse o verdadeiro dom de línguas bíblico.
            As expressões “língua desconhecida” e “variedade de línguas” são mais condizentes do que “línguas estranhas”, cujo vocabulário não existe no texto original.
            Foi com vistas à pregação do evangelho que Jesus Cristo prometeu aos discípulos o dom de línguas. Observe: “falarão novas línguas”. (Marcos 16:17). Note bem, Jesus disse que os discípulos falariam “novas línguas”, e não que falariam “línguas estranhas”. E por que falariam novas línguas? A resposta está dentro do contexto: os discípulos falariam novas línguas para pregar o evangelho entre as diversas nações do mundo.
            Todos os discípulos estavam reunidos em Jerusalém, diante de uma multidão “de todas as nações que estão debaixo do Céu”. (Atos 2:5), em cumprimento à promessa de Jesus, os discípulos “foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. (Atos 2:4).
            Observe que os discípulos falaram outras línguas. Não se tratava de línguas estranhas, mas eram os idiomas existentes entre os representantes das nações que estavam reunidas em Jerusalém: “partos e medas, elamitas, Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto, Ásia, Frígia, Panfília, Egito, Líbia, Cirene, romanos, cretenses e árabes”. (Atos 2:9-11).
            Lucas, ao escrever o livro intitulado “Atos dos Apóstolos”, relacionou 16 (dezesseis) países, deixando claro que os discípulos falaram em dezesseis idiomas distintos, que eram as línguas de nações estrangeiras, as quais foram perfeitamente compreendidas pela multidão: “Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (Atos 2:8).
            A expressão “língua estranha”, com o sentido de esquisita, é totalmente desconhecida na Palavra de Deus. As Escrituras revelam que os discípulos receberam o dom de línguas, mas não eram línguas “estranhas”. Eram as línguas das nações do mundo, certamente desconhecidas para eles, que eram indoutos; todavia, pelo dom do Espírito Santo, passaram a falá-las e a comunicarem-se perfeitamente com as pessoas, coisas que as “línguas estranhas” não fazem.

Assistentes Literários dos Profetas

Soube que Ellen Gold White empregava assistentes literários. Isto está em harmonia com as Escrituras Sagradas?

            A Bíblia Sagrada jamais ocultou o fato de que muitos profetas e apóstolos dependeram de assistentes literários para preparar os seus manuscritos inspirados, os quais mais tarde tornaram-se partes das Escrituras Sagradas. Observe os seguintes exemplos bíblicos:
            No Antigo Testamento tem-se o caso de Baruque, que foi secretário literário de Jeremias: “Então Jeremias chamou a Baruque, filho de Nérias; e escreveu Baruque da boca de Jeremias todas as palavras do Senhor, que ele lhe tinha revelado, no rolo de um livro”. (Jeremias 36:4).
            “E perguntaram a Baruque, dizendo: Declara-nos agora como escreveste da sua boca todas estas palavras. E disse-lhes Baruque: Com a sua boca ditava-me todas estas palavras, e eu as escrevia no livro com tinta”. (Jeremias 36:17-18).
            No Novo Testamento, tem-se o caso de Tércio, que foi assistente literário do apóstolo Paulo: “Eu, Tércio, que esta carta escrevi, vos saúdo no Senhor” (Romanos 16:22).
            Ainda no Novo Testamento, pode-se verificar que Pedro empregou Silvano como seu assistente literário: “Por Silvano, vosso fiel irmão, como cuido, escrevi abreviadamente, exortando e testificando que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes”. (I Pedro. 5:12).
            Sem nenhuma contradição com as Escrituras Sagradas, Ellen Gold White também empregava assistentes literários, tanto quanto os escritores bíblicos o faziam e também pelas mesmas razões. Sem assistentes literários, muitos de seus sermões jamais teriam sido estenografados e publicados.
            Com uma instrução formal bastante deficiente, Ellen White reconhecida suas próprias limitações como escritora. “Não sou especialista em gramática” (III Mensagens Escolhidas, 90). Além disso, a grande solicitação por seus escritos exigia ajuda literária: “Depois da morte de meu marido, juntaram-se a mim fiéis auxiliares, que trabalharam infatigavelmente em copiar os testemunhos e preparar os artigos para serem publicados”. (I Mensagens Escolhidas, 50).
            As assistentes literárias de Ellen White tinham o dever de corrigir os erros gramaticais, eliminar repetições desnecessárias e agrupas parágrafos e seções numa ordem lógica. Outras assistentes literárias, especialmente Marian Davis, tinham a função de realizar compilações dos escritos de Ellen White para complementar algum capítulo de um novo livro da escritora.
            A respeito de sua secretária literária, Marian Davis, Ellen White declarou que ela “toma meus artigos que são publicados nas revistas e cola-os em livros em branco. Também possui uma cópia de todas as cartas que escrevo... os livros não são produções de Marian, porém minhas, tiradas de todos os meus escritos”. (III Mensagens Escolhidas, 91-92).
            Portanto, tanto quanto os escritores bíblicos, Ellen Gold White jamais manteve segredo o fato de que fazia uso de assistentes literárias para poder melhor apresentar ao publico as revelações que divinamente recebia.

Vocabulário dos Profetas

Como pode um profeta, sob inspiração divina, expressar o que lhe foi revelado com as suas próprias palavras? Por acaso as palavras também não são revelações divinas?

            A inspiração divina não atinge, necessariamente, a forma de expressão empregada pelo profeta para transmitir as ideias que lhe foram divinamente reveladas.
            A realidade é que a inspiração divina limita-se ao âmbito do conteúdo da mensagem, mas a forma, o estilo literário e as palavras empregadas para descrever o objeto da revelação são produtos da mente do escritor sacro. Exceção é feita quando o profeta transcreve “ipsis litteris” as expressões empregadas pelo Senhor no momento da revelação.
            Sobre a questão, Ellen White declarou o seguinte: “Se bem que eu dependa do Espírito do Senhor tanto para escrever minhas visões como para recebê-las, todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi são minhas, a menos que sejam as que me foram ditas por um anjo, as quais eu sempre ponho entre aspas” (I Mensagens Escolhidas, 37).
            A maior prova de que os profetas sacros tinham plena liberdade para se expressarem está na enorme diversidade literária dos sessenta e seis livros que compõem as Sagradas Escrituras. Nelas encontram-se livros escritos em diversos estilos históricos (Josué, Crônicas, Neemias, Ester etc); em diversas formas poéticas (Jó, Salmos e Provérbios); em diversas formas epistolares (Romanos, Timóteo, Tito, Hebreus, Tiago, Pedro, Judas) etc. Além das diferenças de estilos, alguns livros proféticos costumam registrar as expressões ditas pelo Senhor.
            Caso o Senhor houvesse inspirado cada palavra anotada na Bíblia Sagrada, então todas as nações do mundo teriam que aprender a língua original da Bíblia Sagrada para poder conhecer os vocábulos que foram divinamente inspirados. Todavia, não é isso que ocorre, porque o que foi inspirado foi a mensagem bíblica e não a expressão linguística.
            A verdade é que as Escrituras Sagradas registram vários estilos literários, mostrando a influência de cada escritor sacro na produção da Bíblia. Com relação ao Novo Testamento, os vocabulários mais ricos aparecem nos escritos de Paulo e Lucas e os vocabulários mais pobres aparecem no evangelho de Marcos.
            “Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que o foram. A inspiração não atua nas palavras do homem nem em suas expressões, mas no próprio homem que, sob a influência do Espírito Santo, é tomado por pensamentos. As palavras, porém, recebem o cunho da mente individual. A mente divina é difusa. A mente divina, bem como Sua vontade, é combinada com a mente e a vontade humanas; assim, as declarações do homem são a Palavra de Deus”. (I Mensagens Escolhidas, 21).
            As “informações” resultantes das revelações divinas são inspiradas, mas as “palavras” empregadas pelos escritores sacros são divinamente iluminadas. Isto ocorre para que os profetas possam expressar corretamente a revelação divina.
            Diante do exposto, fica claro que os escritores sacros tinham a plena liberdade para se expressarem da melhor maneira que lhes era possível, sobre os temas que lhe haviam sido revelado por inspiração divina. Evidentemente, esses escritores se expressaram iluminados pelo Espírito Santo, mas sempre respeitando os limites de suas instruções formais e capacidades intelectuais.
            Em resumo, a Bíblia Sagrada é um produto da inspiração do pensamento, e não produto da inspiração verbal. O que foi inspirado na Bíblia Sagrada foi a ideia e não a forma de expressar essa ideia. O que foi inspirado nas Escrituras Sagradas foi a mensagem e não a forma como a mensagem foi apresentada.

As Leis do Plágio

Ao copiar de outros autores, Ellen Gold White não teria violado as leis do plágio?

            Os empréstimos literários feitos por Ellen White de modo algum configuram plágio. Um escritor não está impedido de citar textos de outros autores, ou de remanejar os textos de outras fontes para dar-lhe novo sentido ou ampliar-lhe o significado ou aplicação. Caso isto fosse considerado plágio, então o consagrado escritor brasileiro Jorge Amado teria plagiado em sua obra monumental “Seara Vermelha” o livro de Rachel de Queiroz, intitulado “O Quinze”.
            Além do mais, não se devem comparar as leis de direitos autorais do século XIX com as leis de direitos autorais do final século XX ou do século XXI.
            Ao transcrever, para as suas próprias obras, parágrafos de outros escritores, Ellen White estava realizando uma prática que era comum em sua época e que estava em harmonia com as leis de direitos autorais existentes naquele tempo e, até mesmo, nos dias de hoje.
            Muitos escritores que tiveram seus textos transcritos para as obras de Ellen White ainda estavam vivos e conheciam o trabalho da escritora. Porém, eles jamais questionaram ou reclamaram de supostas violações de direitos autorais. A verdade é que eles não viram nenhuma violação autoral nas atividades literárias de Ellen Gold White.
            Para analisar legalmente a questão do suposto plágio cometido por Ellen White, a Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia solicitou, em 1981, os serviços de uma consultoria não adventista, especializada em direitos autorais.
            Após pesquisar os trabalhos de todos os autores envolvidos, bem como de outros escritores não envolvidos e a legislação pertinente da época, o relatório pericial concluiu que “Ellen White não foi plagiadora, e suas obras não constituíram uma infração dos direitos autorais ou pirataria” (Adventist Review, 17 de setembro de 1981).
            As principais razões que levaram os peritos judiciais a chegarem a essa conclusão foram as seguintes:
            Primeiro, as fontes de empréstimos literários feitos por Ellen White não estavam cobertas por direitos autorais.
            Segundo, os peritos observaram que, mesmo que tais fontes estivessem sob a proteção de direitos autorais, ainda assim, o emprego de parágrafos de outras fontes literárias não constitui infração a direitos autorais, nem no século XIX e nem no XX.
            Terceiro, Ellen White não copiou os textos secamente, mas exerceu sobre eles um profundo estudo e discriminação, rearranjando-os de tal modo que, inseridos dentro do contexto de seu próprio trabalho, deu-lhes nova forma, aplicação e abrangência. Com isso, produziu algo novo dentro de um contexto maior e melhor, tornando-os legitimamente seus, tanto do ponto de vista legal quanto ético.


Escritores Bíblicos e Outras Fontes

Algum escritor da Bíblia copiou textos de fontes fora das Escrituras Sagradas para fundamentar os seus próprios escritos, à semelhança do que fez Ellen White?

            Sim, à semelhança de Ellen White, muitos escritores bíblicos copiaram textos de fontes fora da Bíblia Sagrada para fundamentar as suas próprias obras. Em seus escritos, esses escritores sacros admitiram abertamente ter anexado em seus textos inspirados informações de fontes extrabíblicas. Hoje, essas fontes estão perdidas. Por exemplo: O livro de Josué e o livro de Samuel registram acontecimentos que estavam “escrito no livro do Reto” (Josué 10:13; II Samuel 1:18).
            Os autores dos livros de Crônicas e de Reis deixam bem claro que eles empregaram fontes históricas extrabíblicas para complementarem suas próprias obras. Eles mencionam as seguintes fontes: “livro dos sucessos de Salomão” (I Reis 11:41). Também fazem referência aos livros: “Falas de Natã”, “Profecia de Aías”, “Visões de Ido”, “Livro de Semaías” e “Livros dos Videntes” (II Crônicas 9:29; 12:15; 33:19). Neemias também transcreveu para o seu próprio livro os dados contidos numa obra intitulada “Livro da Genealogia” (Neemias 7:5).
            Apesar de vários escritores bíblicos terem copiado para as suas próprias obras informações e textos de fontes extrabíblicas, isto não os descaracteriza como um profeta divinamente inspirado. Então, por uma questão de coerência, o mesmo fato não possui o condão de descaracterizar Ellen White como uma profetiza divinamente inspirada.
            Também se pode observar que algumas partes do Novo Testamento foram copiadas de fontes extrabíblicas. Por exemplo: A passagem bíblica de Judas 4-5 é um empréstimo literário copiado do livro Apócrifo de I Enoque 1:6.
            Na introdução do Evangelho de Lucas, o autor descreveu como realizou pesquisas extrabíblicas para elaborar o evangelho que leva o seu nome: “Tendo pois muitos empreendidos pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram. Segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra. Pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio. Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado” (Lucas 1:1-4).
            O apóstolo Paulo também fez empréstimos literários de algumas fontes extrabíblica de autores pagãos, reproduzindo-as em suas cartas. Mas, à semelhança de Ellen White, ele também aplicava os textos copiados às verdades que Deus lhe havia revelado. Vejamos alguns trechos que foram copiados:
            1. No século III antes de Cristo, o poeta grego Menandro escreveu: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes”. Esse verso foi reproduzido pelo apóstolo Paulo em I Coríntios 15:33.
            2. Na primeira parte de Atos 17:28, Paulo citou parte de uma poesia escrita por Epimênides, de Creta, no século VI antes de Cristo: “Pois nEle vivemos, e nos movemos, e existimos”.
            3. A segunda parte de Atos 17:28, é uma citação feita por Paulo do poeta ciliciano Aratus (315-240 c.C.): “Como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração”.
            4. Também em Tito 1:12, Paulo confessadamente transcreveu texto extrabíblico de fonte pagã: “Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos”.
            Todos esses escritores sacros copiaram de fontes extrabíblicas porque elas estavam em perfeita harmonia com as verdades que lhes fora revelada pelo Senhor. É digno de nota observar que tais fontes selecionadas pelos escritores bíblicos se tornaram partes integrantes da mensagem divinamente inspirada.

Ellen White e Outras Fontes

É verdade que Ellen Gold White copiou textos de outras fontes para os seus próprios livros? Isso não a descaracteriza como um profeta divinamente inspirado?

            Sim, realmente, Ellen Gold White transcreveu parágrafos de outras fontes, enxertando-os em seus próprios trabalhos. Mas isso nunca foi novidade para ninguém e muito menos para os leitores da escritora. Ela nunca escondeu tal fato de ninguém. Em diversas ocasiões, ela mesma explicou francamente ao seu público ledor que havia lançado mão de alguns textos de outros autores para explaná-los em seus próprios livros ou para esclarecer melhor as idéias que queria transmitir.
            Ela deixou bem claro que esses escritores tinham se expressado melhor do que ela sobre determinado ponto de vista, os quais estavam em perfeita harmonia com as Escrituras Sagradas e com as suas próprias visões e sonhos.
            Portanto, a questão não se tratava de transcrever o conteúdo ou a idéia da mensagem, mas simplesmente tratava-se de reproduzir a forma de expressar a mensagem que ela tinha recebido.
            Observe o que a escritora afirmou sobre o assunto em questão: “Em alguns casos em que algum historiador agrupou os fatos de tal modo a proporcionar, em síntese, uma visão abrangente do assunto, ou resumiu convenientemente os pormenores, suas palavras foram citadas textualmente; nalguns outros casos, porém, não se nomeou o autor, visto que as transcrições não são feitas com o propósito de citar aquele escritor como autoridade, mas porque sua declaração provê uma apresentação do assunto, pronta e positiva. Narrando a experiência e perspectivas dos que levam avante a obra da Reforma em nosso próprio tempo, fez-se uso semelhante de suas obras publicadas”. (Grande Conflito, 13-14).
            Observe as informações prestadas pelo filho da escritora sobre a mesma questão: “Quando redigia os capítulos para O Grande Conflito, ela fazia às vezes uma descrição parcial de um acontecimento histórico importante, e quando a sua copista que preparava os manuscritos para o prelo indagava a respeito do tempo e do lugar, minha mãe dizia que essas coisas foram registradas por historiadores conscienciosos. Que fossem inseridas as datas usadas por esses historiadores”. (III Mensagens Escolhidas, 447).
            “Em outras ocasiões, ao escrever o que lhe fora apresentado, mamãe encontrava tão perfeitas descrições dos acontecimentos e apresentações dos fatos e das doutrinas em nossos livros denominacionais, que copiava as palavras dessas autoridades”. (III Mensagens Escolhidas, 447).
            É digno de nota observar que a autora descartava as partes dos textos que estavam em desacordo com as visões que havia recebido. Mais tarde essas partes rejeitadas mostraram-se absurdas e até contrária aos fatos e às novas descobertas da Ciência. Até mesmo essa atitude demonstra que Ellen White era orientada divinamente.


Livros Intitulados Espírito de Profecia

Por que os livros escritos por Ellen Gold White são denominados de “Espírito de Profecia”, quando as Escrituras Sagradas parecem indicar que a expressão “Espírito de Profecia” aplica-se ao dom profético concedido aos profetas?

            Sua pergunta é bastante interessante e oportuna. A Bíblia Sagrada ensina claramente que a expressão “Espírito de Profecia” é equivalente à expressão “Testemunho de Jesus”.
            Nesse sentido, observe o que diz as Escrituras Sagradas: “o testemunho de Jesus é o espírito de profecia” (Apocalipse 19:10). Portanto, “Espírito de Profecia” e “Testemunho de Jesus” são expressões diferentes, empregadas para designar a mesma idéia bíblica.
            Do autor do Apocalipse é dito que ele “testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto”. (Apocalipse 1:2) e que “estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo”. (Apocalipse 1:9). Portanto, por ter testificado da Palavra de Deus e do Espírito de Profecia – Testemunho de Jesus Cristo – João foi exilado, por ordem do imperador romano Domiciano, para a rochosa ilha de Patmos, localizada no mar Egeu.
            É evidente que todos os profetas bíblicos profetizaram inspirados pelo “Testemunho de Jesus”, ou seja, pelo “Espírito de Profecia” concedido por Deus àqueles homens santos. O interessante é que os escritos desses profetas passaram a ser conhecidos pela expressão que serve para designar o dom profético: “Testemunho”. Observe o que diz a Bíblia Sagrada: “À Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva”. (Isaías 8:20). “A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma: o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices”. (Salmos 19:7).
            A “lei” é o título bíblico que serve para identificar os primeiros cinco livros das Escrituras Sagradas, cuja autoria é atribuída a Moisés. Esses livros são conhecidos nos dias de hoje pela designação de Pentateuco. Quanto às expressões “Testemunho” ou “Testemunho do Senhor”, podemos afirmar que se tratam da designação bíblica empregada para identificar os escritos produzidos pelos santos profetas do Senhor. Portanto, “Testemunhos do Senhor” é a metonímia para os escritos dos profetas.
            Ora, se os antigos chamaram os escritos dos santos profetas de “Testemunho do Senhor”, quando tal designação referia-se ao dom profético concedido aos servos do Senhor, então também é perfeitamente válido e lógico designar os escritos da profetiza Ellen Gold White de “Testemunho de Jesus”. Porém, como a expressão “Testemunho de Jesus” é equivalente à expressão “Espírito de Profecia”, não é nada demais chamar os escritos de Ellen Gold White de “Espírito de Profecia”. Portanto, “Espírito de Profecia” é uma metonímia que serve para designar os escritos de Ellen Gold White. Nada mais simples, lógico e claro!

Como Crer no Espírito de Profecia

Como posso crer nos escritos provenientes do Espírito de Profecia manifestado no ministério de Ellen Gold White?

            Muito embora o ato de crer possa até mesmo provocar certas emoções e levar a algum processo de racionalização, a verdade é que a crença não tem a sua origem em nossa mente emocional ou em nossa mente racional. O ato de crer está diretamente vinculado à nossa mente espiritual. Passamos a crer quando passamos a confiar na veracidade de alguma pessoa, de alguma informação ou de alguma coisa.
            Não se pode exigir que alguém creia cegamente simplesmente porque outro está pedindo ou mandando crer. Tal coisa não existe. Para crer precisamos confiar, e para confiar precisamos conhecer e refletir. Estando em perfeito juízo, ninguém entregaria a chave de sua casa ou de seu carro a um completo desconhecido simplesmente porque ele pediu para confiar nele. Na realidade, para entregar a chave de sua casa ou de seu carro a algum desconhecido, primeiramente é necessário conhecê-lo melhor, cientificar-se de seus valores, sua formação, sua família, seu trabalho, seus amigos, seu endereço, sua idoneidade, seu caráter etc. Somente então você poderá formar uma convicção para ter certeza de que aquela pessoa é digna ou não de ter crédito.
            Milhões de pessoas passaram a crer na Bíblia Sagrada quando passaram a conhecer e praticar a sua mensagem. Portanto, para que você possa crer ou não crer nos Testemunhos dado pelo Espírito de Profecia, comece a estudá-los meticulosamente e sistematicamente. Em sua leitura procure avaliar a possibilidade de um simples ser humano produzir obra de tal magnitude com tanta profundidade, variedade e espiritualidade. Verifique como a mensagem é consistente e apresentada de maneira equilibrada e com bom senso. Compare os Testemunhos dados a Ellen White com a Bíblia Sagrada, e verifique como os Testemunhos estão em perfeita harmonia com a Palavra de Deus, não destoando em nada. Leve em consideração que a biblioteca do Espírito de Profecia é constituída por mais de cem livros volumosos produzidos durantes décadas, mas que não se contradizem em nenhuma única palavra. Verifique a profunda espiritualidade que os Testemunhos apresentam e como eles nos influenciam para melhor. Procure examinar como as profecias anunciadas nos Testemunhos vêm se cumprindo no decorrer dos anos. Pratique os princípios de saúde anunciado nos Testemunhos e depois verifique como muitos de seus males de saúde desapareceram. Após a leitura dos Testemunhos observe como o seu conhecimento das Escrituras Sagradas aumentou vertiginosamente. Note que você adquiriu uma sabedoria que não possuía antes dessas leituras. Observe como a sua espiritualidade cresceu. Observe como a sua fé, nas Escrituras Sagradas, aumentou. Depois de praticar tudo isso, diga-me se você não passou a crer na inspiração divina dos escritos do Espírito de Profecia!